quarta-feira, 18 de junho de 2014

Proteção


 
 
Venho de uma família de mulheres guerreiras, que não se abatem facilmente, que não aceitam simplesmente o “não” como resposta. Isso me ajuda muito no processo com Lucas, cada vez que o vejo distante ou separado dos amiguinhos, tento trazê-lo de volta, tento inserí-lo em um mundo ao qual ele precisará viver, quisera eu eternamente comigo. Mas, sabemos que isso não será possível, um dia, eu e o pai não estaremos mais aqui e ele precisará estar pronto para encarar este mundo. Somos pais, protetores por natureza, no caso de uma criança que tenha alguma dificuldade então, essa proteção muitas vezes é dobrada, e no meu processo de aprendizagem descobri que não faço bem ao meu filho com a super proteção, que preciso deixá-lo crescer. Engraçado não? Em uma conversa informal percebi que ainda tratava meu filho como se ele tivesse 4 aninhos e ele já está com 7. É necessário que ele aprenda a se defender, a se comunicar, tudo o que podemos fazer é descobrir as oportunidades, mostrá-las e incentivá-lo. Em uma conversa com a psicóloga ela nos alertou sobre como não são todas as pessoas que irão tratá-lo com o mesmo carinho e paciência que os pais e, realmente, é verdade. Vivemos em um mundo de intolerâncias, falta de respeito, falta de amor ao próximo e as crianças com este quadro mantêm a inocência, a pureza e a sensação que tenho é que podem ser tão facilmente manipuladas, isso assusta. Algumas vezes me deparo com pensamentos de como não é fácil esta luta, afinal, sou humana, gostaria de ver meu filho se desenvolvendo normalmente como outras crianças e não para que ficasse mais fácil para mim, mas, para ele. O sentimento de que não poderemos protegê-lo sempre é avassalador. Toda mãe quer defender seus filhos com unhas e dentes, quer que sejam bem tratados, aceitos, não sofram discriminação. Tenho lido muitos depoimentos, livros, artigos de pessoas que passaram pela mesma situação e o que me fortalece, além da minha fé, é perceber que os avanços são muitos e que a evolução, a vida praticamente normal, é possível.
 

 

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